sábado, 23 de março de 2013

Filho Único Ou nãO?



No outro dia fui virtualmente assaltada por um fanático de sustentabilidade que praticamente me acusou de ser um grande mal para este mundo por ter tantos filhos e por praticar o hábito de partilhar a minha vida como se esta fosse fácil motivando outros a TER (verbo ter) tantos filhos...

Ora...primeiro fiquei com vontade de fazer denuncia À segurança social por maluquinhos assim circularem livremente na internet, fez-me um pouco lembrar a "luta" do nórdico que matou a tiro centenas de crianças numa colónia infantil de verão porque alegadamente elas são o mal do mundo, o que o sobrecarrega, as que tiram os recursos do planeta (e não os seus pais que os escolhem ter) mas optei por respirar e tentar, no minimo aprender alguma lição, afinal de contas aos "malucos" deve-se sempre dizer que sim.

Ora; o tal fanático de sustentabilidade alega viver em lisboa com apenas objectos essenciais ao dia-a-dia que comprou em sites de segunda-mão, vivendo "apenas" com três gatos domésticos que com toda a certeza, presos em apartamento, perderam toda a sua capacidade de sobrevivência natural e a sua internet ligada 24 horas (para chegar mais depressa Às pessoas que ele sente que precisam dEle para acordar para a vida e interAgir). Normalmente desce as escadas uma vez por dia para comprar uma pizza pré-feita em vez de fazer a sua "torrada com manteiga e queijo" como diz uma amiga minha giríssima e para lá do inteligente e por aí fora; falou de um role de coisas como não ter b.i. , não pedir facturas, não existir na sociedade; no entanto vive no coração de lisboa... frequenta clubes nocturnos, na esperança de encontrar companhia e não declara porque provavelmente não ganha nem produz absolutamente nada senão a reprodução de ideias que leu sem questionar em livros (ou melhor blogues porque ele deve ser anti livros fisicos) e nada mais útil para a sociedade portuguesa, como plantar uma horta, por se encontrar Nítidamente (ou pelo menos para mim) doente mental.

Esta criatura É um filho único, como eu, mas eu apenas da parte da minha mãe. É alguém que recebeu TODA a atenção exclusiva de uma família de dois e que, ainda hoje, trinta anos depois de ter nascido, é sustentado com o que os pais têm e não têm para a criatura poder viver confortavelmente com os seus ideais a perseguir e massacrar os demais que escolhem ser livres e caminhar pelos seus próprios pés, errando, provavelmente mas EXPERIMENTANDO.

Ora que, sendo que até lhe dou razão num ponto, talvez eu passe a ideia errada de que ter alguns filhos (no meu caso 4) é fácil e isto, em nenhum momento É a minha verdadeira intenção; como tal, aproveito e corrigo-o.:

É muitissimo trabalhoso e "caro"; a nivel de recursos, temporais, espaciais e materiais ter tantos filhos e admiro muitíssimo a minha mãe que optou de forma CONSCIENTE por não ter mais nenhum após o meu nascimento pois com a condicionante de quebra de relação amorosa que tinha, mais uma vida a 300 à hora sem tempo para mim, acho de muito valor moral e ético um Ser que viva assim entender que não reune nem condiçoes mentais, espirituais, temporais e FINANCEIRAS para poder oferecer ao mundo novos seres, mas também sei, por experiência própria que quando o amor existe numa casa, facilmente "deus" põe a mão e começa a abençoar o casal, até porque quando as pessoas são de boa natureza, têm bons "vícios" e as cabeças se alinham para a conquista de recursos, elas CRIAM, imaginando, novos formatos a cada dificuldade que encontram e se trabalharem o desapego aos formatos do antigamente aceitando o ponto onde estão realmente e não aquele onde sonhariam estar, elas desenvolvem a independência interna necessária para ela se manifestar externamente.

Actualmente estou a passar uma fase muito mais próspera com a minha familia, no entanto opto por escolher coisas que inicialmente não me eram fáceis fazer; escolher uma escola por esta ser perto de mim, escolher um centro de saúde por este ser perto de mim, escolher a mercearia local, etc, etc. centralizei a vida por uma questão de qualidade de vida impulsionada pela quantidade de filhos que optamos ter e reparo, acidentamente, o quão ecologico isso é; algo que outrora era impensavel para mim; até ao ultimo dia da vida insistia em levá-los aos melhores espectáculos, fazia kilometros para estar inserida socialmente e culturalmente naquilo que eu acreditava serem OS movimentos essenciais para educar os meus seres até que a vida me mostrou que não sao terceiros que educam os nossos filhos SOMOS NÓS O EXEMPLO MOR. Posso até escolher a melhor escola ecológica do país mas se fizer 60kms por dia para ir lá ter onde está a minha ecologia?

De maneira que... este ser virtual me fez reOlhar a vida com todas as suas nuances e uma vez mais partilhar um tema qualquer só porque gosto de escrever, sem certezas absolutamente de NADA, com a vontade apenas de teorizar menos e SER mais.

Durmo agora em paz com a minha consciência porque guardo objectos que foram meus e do meu marido para os partilhar com os nossos filhos, fico em paz por não ter praticado o desapego de todos os objectos físicos que me DIZEM verdadeiramente tanto. Sou uma alma artista, preciso deles como do ar para respirar, o que posso fazer senão SER quem sou? No entanto ensino-os religiosamente a fechar a torneira enquanto lavam os dentes, ensino-os a moderar o uso do autoclismo (...a historia de mandar um pedacinho de cabelos do chão para lá e puxar imediatamente é algo que já não se usa por aqui); reciclo e RECICLO com RIGOR. Papelão, plásticos, vidros e decompostagem que ainda para mais meti à porta de casa para que os meus vizinhos possam usá-la também deitando ali os restos orgânicos que usam e eu faço o "dirty work". Que mais posso fazer? Deixar de existir? Haja paciência para tudo o que é fanatismo e fanáticos e deixem-me (NOS) viver em paz.

Cada um faz o que sabe e pode. Menos julgamento por favor e mais amor*! e com este texto espero sossegar alguém que também já tenha sido vítima deste tipo de abuso crítica através de olhares ou palavras, leiam bem; não estão sozinhos*.:

Às tantas; é demais, fundamentalistas por favor vão respirar e ACLAMAR-Se!

Pessoas que maltratam terceiros sem necessidade são autênticos abusadores (e agora o meu texto parece uma ironia mas não o é; há muito que aprendi que ser boa pessoa não significa ser Estúpido, estou aqui, no meu cantinho, não chateio ninguém mas venham cá meter-me as patas em cima que mostro LOGO as minhas garras; sou Mãe Ursa, há muito tempo que larguei a leoa e abracei o urso que é aquele peluchinho fofinho do ikea mas... tentem atacá-lo para compreender que NÃO há animal mais feroz no mundo)

BERN-HArDT ( Urso Forte) o nome do nosso primeiro filho que pedimos logo a "deus" (ou ao Universo, ou à Deusa, ou a Alá, ou seja lá o que se queira chamar) que fosse o primeiro de muitos porque para criar atrofiadinhos complicados com a mania que podem tudo está o mundo cheio.

Bons pais conseguem e podem criar filhos sozinhos sim mas devem ter em conta coisas como pô-los nos escoteiros ou em actividades de grupo para não ficarem guerreiros solitários contra o resto do mundo como este rapazinho virtual que HÁ pouco mencionei.

Haja coragem nos corações humanos para responder à pergunta primordial:

Serei eu capaz de os criar com gosto e consciência?

Se a resposta for "não" entao vivei em paz, a fazer viagens, a escrever aventuras, a pintar quadros, a liderar grupos para que pessoas como eu possam beber da vossa fonte enquanto os anos de os criar não passam.

Temos todos um lugar válido no espaço, se nos soubermos devidamente arrumar o mundo anda na Paz.

Assim agradeço ao rapazinho abusivo por me fazer sentar o rabo durante vinte minutos e partilhar este texto enquanto a loiça por lavar aguarda o vinagre e o limão (que já agora partilho.: é SUPER BARATO e ajuda imenso o planeta a não ter as águas públicas sujas porque não tem sabão mas desinfecta e limpa como mais nenhum detergente no mundo e até pode ser usado para limpar o chão porque cheira bem, brilha e quando deitamos fora a água podemos pedir ao universo uma passagem para umas mini férias na tailândia, nas águas cristalinas, com os peixes coloridos porque bem merecemos usufruir do mar puro que ajudamos a não sujar tanto)

Sem mais nada a acrescentar despeço-me com um até já.

A mÃe, hoje, MUITO ursa.

Sem comentários:

Enviar um comentário